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Vamos repensar nossos limites?

Samar Ghattas

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Em tempos de mudanças contínuas, num mundo complexo e dividido por informações, surge também a necessidade de repensar sobre nós. Se antes tínhamos alguma ideia dos nossos limites, talvez seja o momento de questioná-los.

Repensar sobre eles nos leva a uma imersão do que já sabemos e está ao nosso alcance. E, do que não está no nosso radar de conhecimento nem de entendimento. Ou será que carregamos todo o entendimento do mundo dentro da nossa própria perspectiva?

Sair de um estado atual para um ideal exige vários movimentos de progresso, e um desafio é compreender que por detrás disso podemos encontrar algumas coisas como: transição, consistência, mentalidade, liderança.

Um exemplo clássico sobre limites que impomos pode ser visto na educação : já ouviram falar que matemática é só pra quem tem dom? — Ou no trabalho, aquela máxima : quando dizem que fazem daquele jeito porque foi feito sempre assim? Poderíamos citar n situações que por um descuido nosso ao não entender o real impacto ou pela nossa falta de entendimento, perdemos as oportunidades de progresso — já perdeu o ônibus por não prestar atenção no horário?! — assim pode acontecer com as oportunidades quando também não nos permitirmos se preparar para ela.

Para entender um pouco mais desse mecanismo precisamos entender sobre como funciona a máquina que computa nossas informações: o cérebro.

Por um tempo acreditava-se que nosso cérebro não se alterava ao longo do tempo, mas as pesquisas felizmente conseguiram comprovar o contrário (ufa!) : que temos sim um cérebro adaptável. E isso é incrível! Então juntei alguns alunos ( quando ainda lecionava aulas particulares), certo dia, e disse que matemática já não seria mais um problema e sim um novo desafio que iríamos resolver. Então uma nova emoção foi acendida e, enquanto isso no cérebro delas, os neurônios percorriam um caminho diferente daquele que seus atuais hábitos ( forma de pensa,agir..) seguiam.

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Durante vários encontros recorrentes, essa nova ideia ganhava espaço e quanto mais esse novo caminho era percorrido e incentivado, mais natural ele se tornava, enfraquecendo os hábitos antigos. E isso os neurocientistas chamaram de Neuroplasticidade — fortalecendo novas conexões e enfraquecendo as antigas. Então, porque desistimos se existe um processo a ser percorrido? Porque valorizamos a exceção e não também a regra?

Você vai lá e faz um curso de coach, pega o certificado,e pronto: mas, será que apenas isso faz de você um coach? Você acorda todo dia cedo, chega no trabalho e se reúne com 3 subordinados: apenas isso te faz um líder? — O nosso progresso é medido pela nossa rotina diária, pelas micro-ações que quando somam, refletem também quem somos. Então, porque ainda não valorizamos esforço e o progresso? Certos limites nós impomos e a ciência explica . Então, se podemos nos construir e re-construir, porque nos acomodamos?! É a nossa mentalidade moldando nossos limites?

Um desafio grande pode sim ser quebrado em desafios menores e essa transição consistente nos permite avançar e ultrapassar sobre os limites que achávamos que tínhamos. Somos consistentes? Persistentes?

Reconhecer é tão importante quanto decidir. E, em um mundo mutante e complexo, desenvolver um maior entendimento sobre si dentro de cada contexto e realidade, se torna um diferencial.

Afinal, quem melhor que nós pra decidir buscar o melhor de nós mesmos a cada momento?

sugestão de vídeo : https://www.youtube.com/watch?v=lQqTG6kcj4k

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